sábado, 21 de janeiro de 2012

Carta a El Che.

Comandante!

     Como eu gostaria de vê-lo novamente, apanhando seu rifle como quem apanha a salvação das almas, gritando brandamente palavras de cunho moral, a qual nos remetia a uma condição de irmãos valorosos que sabiam o caminho a trilhar.
       Comandante Che, sinto saudade de sua bravura juvenil, do seu sorriso distante, de um grande homem que conhecia seu ideal, que queria ver as pessoas livres, longe das injustiças de um sistema perverso e dominador,  nem que para isso, fosse preciso derramar o sangue do opressor e quem sabe custasse sua própria vida.
     Caro amigo neste ultimo período, o mundo em que viveste não está mais o mesmo, sua transformação tem piorado o cenário da miséria, principalmente do povo latino-americano que tem sofrido os abusos daqueles que acreditam ser superiores.
       Ó grande Che o que mais me entristeci, é ver a juventude de braços cruzados uma juventude que não sabe o que quer, que perdeu sua identidade, seu vigor e suas concepções , uma juventude vendida que usa seu rosto nas camisas mas que na verdade nem sabe quem foste, que prega o socialismo vivendo o capitalismo e acabam por acreditar nas mentiras que os opressores inventam e passam a ser vítimas operantes da grande maldade que o sistema impõem.
       A cada dia que se passa, tenho mais medo do futuro porque o que tenho visto nos jovens, me deixa cada vez mais distante de acreditar que um dia a revolução ocorrerá. Quão diferente era quando tu estavas no comando, sabíamos que nosso povo teria terra e comida e que a revolução era um lema vivido todos os dias.
     Comandante você faz falta por tudo que foi e continua sendo filosoficamente na minoria racional, a saudade e a dor que você deixou é irreparável mas eu continuo aqui e tenha certeza que suas idéias permanecem vivas dentro de mim.
     Como um discípulo farei questão de disseminar suas idéias entre a juventude que protagoniza o cenário político atual e tentar atrair o olhar daqueles que não se deram conta da grande manobra que se tornaram, no intuito de devolver a esses jovens os espaços naturais que a eles pertencem, quem sabe assim a juventude volte a trilhar o caminho da revolução, por uma sociedade igualitária!
                                                                            
                                                                          Hasta La Victória Siempre! (CHÊ)

                                                                                          Helder Souto